segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre Vinhos e Poesias...

Quem me conhece bem sabe que nasci em berço explêndido, fui educada nas melhores instituições, frequentei as rodas mais refinadas e sei de tudo um pouco (do que não sei eu me calo), porém se tem duas coisas (dentre tantas) com as quais eu não tenho a menor intimidade são POESIA e VINHO. Nunca soube distinguir o que é bom entre eles. Rima rica, rima pobre. O que é um Merlot? E um Soneto? Sou completamente ignorante sobre estes assuntos.

Com o primeiro item eu até tento fazer a linha fina, frequentando saraus na casa da Mezenga ou lendo um ou outro trecho publicado no face (ou blog) de alguém mas sinceramente eu não consigo gostar. Gozar com as palavras rimadas (ou não) não é a minha praia. Comprei até algumas publicações para fazer a linha culta em casa mas a maioria já foi dada de presente e o que sobrou deve estar cheio de manchas de bebidas dos copos espalhados pela casa.

Quanto ao vinho além de não ser conhecedora não sou muito fã da bebida. Bastam duas taças para que eu fique molinha da silva quatro e até os mais feios abusem de mim com a facilidade maior que roubar beijo no carnaval. Lembro de uma namorado (talvez o mais querido) que me levava semanalmente ao mesmo restaurante e pedia uma garrafa de Concha e Toro e me deixava tão tonta que saia carregada do restaurante direto para sua cama.

Conheço tudo sobre taças, seus tamanhos, formas, linhagem, materiais. Rio de quem acha que compra cristal na Jurandir Pires. Gargalho com os desavisados que compram vidro retorcido e colorido jurando que é Murano. Contudo dos liquidos que permeiam o interior das mesmas eu não consigo distinguir um Tang Uva de um Pinot (é assim que se escreve?) e cada vez me convenço que trata-se de um grupo muito seleto e fino que tem esse poder.

Já fui à algumas reuniões de enólogos, someliers, sei de todos os salamaleques do cheirar da rolha ao provar o primeiro gole e aprovar ou não a bebida e sempre que posso eu o faço na maior finesse. Tudo em vão! Nesta hora me vêm uma história que a Bibi me contou sobre um certa vez em que ela e a Madame foram a um restaurante e após todo este ritual de leitura de rótulo, bouquet e etecetera, a Madame do alto de seu despojamento pergunta ao maitre: "Alguém já devolveu a garrafa alguma vez? Serve logo isso pois eu também não entendo lhufas do que estou fazendo..."

Toda vez que vou comprar uma garrafa para presentear me preparo psicologicamente e me cerco de cuidados para que o vendedor não perceba minha ignorância sobre o assunto e além de querer me empurrar a garrafa mais cara ainda tenho a impressão de que eles ficam espalhando minha burrice para todo o estabelecimento que ri nas minhas costas. Prefiro comprar abridores da bebida para presente (cada um mais requintado e diferente do outro) e a única coias que aprendi sobre o assunto foi na TV onde um francês (acho que era o Olivier Anquier) falava que pelo menos aqui no Brasil se for para ter certeza de que o vinho é de boa procedência deve ter escrito no rótulo VINHO FINO. Se não for FINO é dor de cabeça na certa.


Escrevi este post pois ontem deu vontade de tomar uma garrafa da bebida de Baco e notei que por conta da Pascoa meu estoque acabou, logo estou aceitando doações de garrafas de qualquer tipo. Branco, tinto, rosé e pode até nem ser fino. Um Sangue de Boi já tá de bom tamanho.

Dispenso os livros de poesias já tenho porta copos demais...

Um comentário:

Clara disse...

Se vc não entende de vinhos... e daí? O q importa é q vc tem dinheiro pra comprá-los e degustá-los com louvor... o "Pinot" está correto, é um vinho cujo nome é o da uva q o origina...na boca é suave e "carnudo"... divinal..