segunda-feira, 8 de março de 2010

Cadê a Lalai??

Sempre tive o hábito de cultivar amigos pois acredito piamente que envelhecerei com eles e não ao lado de um velho mais rabugento que eu. Alguns amigos Deus se encarrega de mandar na hora certa, outras surgem de relacionamentos amorosos que não deram certo e às vezes eles vêm com a couraça de inimigos mas acabam comendo cuzcuz na minha cozinha.
Tenho amigas que antes não me suportavam - por ódio ou pura inveja - e hoje não passam um dia sem falar comigo. Amigos que eram desastres como namorados mas perfeitos para desabafos. Me orgulho muito de cultivar amizades de mais de 10, 15, 20 e até uma de 30 anos (creiam!). Lógico que, como todo mundo, tive pessoas interesseiras, traíras e passageiras, porém não as considero como amigas pois meu sexto sentido (ele sempre) junto com minha experiência de macaca velha sempre me alertavam para este tipo de gente.
Toda esta introdução foi usada para poder questionar por quê alguns amigos deixam marcas e simplesmente desaparecem sem deixar rastros. Alguns até deixam de ser amigas (se é que um dia já foram) mas você é obrigada a vê-las por aí. O que não compreendo é como nos tempos atuais em que todo mundo tem uma perfil em algum site de relacionamento, e-mail, telefone celular e toda tecnologia disponível, as pessoas somem sem deixar rastro.
Quem me conhece sabe que estou falando de Lalai! E quem não conheceu a Lalai perdeu uma experiência única na vida. A morena estonteante parava o lugar somente por ela chegar. Alvo do desejo de muitos, lançadora de moda, mulher de mitos. Foi amada por muitos mas amou poucos. Era agregadora e egocêntrica. Quem nunca visitou o apê da Frederico Schimit? Insegura para quem a conheceu como eu, passava uma imagem de que se bastava mas era uma criança vivendo num corpo (e que belo corpo) de adulta. Invejada por sua beleza e por não temer homem algum ela sempre pedia que apresentasse aos homens que lhe interessavam pois não tinha coragem de 'chegar junto' mas passada as formalidades ela cuidava (e muito bem) de fazer o resto.
Conheci a bela morena quando disputávamos o mesmo homem (nesse caso eu fui mais rápida) e ela antipatizou comigo mas quando mostrei que não estava para disputar e sim para dividir viramos grandes amigas. Estava sempre em sua casa na Barra e não passava um dia sequer que não nos falássemos. A Beija já a conhecia há mais tempo e eram irmãs quase siamesas.
Vi nascer a maioria de seus amores e sei de coisas que aposto que nem ela lembra. Coisas como uma carta escrita à sangue (guardo ela até hoje), as brigas públicas com namorado mais novo com direito a destruição de carros, as contagens de camisinhas, as trocas de carro com a Beija. As viagens ao litoral norte sempre marcadas por muita loucura. O início do msn, os calundús e tudo mais que faziam parte desta figura que nos nossos últimos anos de relacionamento foi se distanciando e procurando novos prazeres. Não a reconhecia mais porém estava sempre por perto.
Lembro de uma festa já na sua casa do Iguatemi quando a ficha caiu e percebi que não tínhamos mais muita coisa em comum com exceção do amor e carinho que nutríamos uma pela outra.
Depois de sua partida para o Velho Continente muito se especulou e inventou sobre ela. Alguma coisa era verdadeiro mas a verdade absoluta era conhecida por poucos. Ela andou estranha por algum tempo e não mandava mais notícias apesar da constante procura por parte de suas amigas que aqui ficaram.
Trago na memória o dia de sua partida em que estava tendo uma greve da Polícia federal e seu vôo atrasou por mais de quatro horas e todos os que tinha ido se despedir dela permaneceram sentados no saguão do aeroporto contando casos sobre ela e sobre uma mulata que hoje mora no Rio e só saíram de lá depois que ela embarcou (as quatro da manhã).
Arrumando minhas coisas achei um monte de fotos e lembranças que ela deixou aos meus cuidados pois tem muita coisa comprometedora e a mim ela confiava esta missão de sigilo.
Hoje não tenho mais notícias dela e nem sei mais se vive no Brasil ou fora dele. A toda hora sempre existe uma novidade sobre ela. Seguem algumas especulações sobre o seu atual destino seguido de minhas observações:
1.Ensina linguas no interior do Brasil (duvido);
2.Virou evangélica (duvid-o-dó);
3.Casou e se encheu de filhos (pouco provável);
4.Voltou a morar no exterior (possível);
5.Vende jeans barato em loja vulgar (impossível).
Qualquer que seja o seu paradeiro espero que esteja bem e encantando os que vivem ao seu redor como me encantava no tempo em que rodávamos o centro da cidade até ficar tontas dentro de um pólo vinho.


P.S Sem fotos nem ilustrações para o post pois qualquer coisa que eu coloque não seria digno de sua beleza.

2 comentários:

Anônimo disse...

faco das suas palavras as minhas...mas eu sei onde ele esta.

A Gorda disse...

Também já descobri!!!