O governo Lula tem sido aplaudido por ter dado mais poder econômico às classes 'C' e 'D'. O aumento do crédito e do consumo no Brasil aumentou nos últimos 10 anos de uma forma assustadora que hoje é comum para a maioria dos brasileiros ter acesso a produtos e serviço antigamente considerados de luxo como viajar de avião (em determinados casos sai mais barato que viajar de ônibus), frequentar a faculdade, comprar eletrodomésticos e ter um carro. Quanto a este último item eu tenho sérias ressalvas. Todos que me lêem sabem que eu não dirijo. Tenho carro (dois por sinal) mas não dirijo pois acho que isso é tarefa para profissionais e gente que gosta. Ter carro só por status é péssimo e pior ainda é ter automóvel para transformá-lo em arma de trânsito.
Saio de carona com muitos amigos e amigas que têm prazer em me buscar mas que me metem medo logo ao engatar a primeira marcha e arrancar com o carro. Dá vontade de acordar o pobre Emerson (meu motorista) para me levar aos lugares.
Toco novamente no assunto para relatar dois casinhos que me chegaram ao conhecimento que não posso deixar de comentar.
O primeiro é de um motorista amigo meu que para fugir da Blitz do Alcool inventou de dirigir com o guarda-pó de médico forrando o banco do motorista com a desculpa de que sendo médico estaria indo (ou voltando) de um plantão e logo seria liberado. Eis que um belo dia é parado numa dessas blitz de trânsito e ao ser abordado apresenta documento e alega que estava indo pro plantão mas o bêbado entregou a carteira da OAB e teve que ouvir do guarda que "Plantão Jurídico àquela hora só no centro da cidade." Resultado: A mãe (dentista e dona do guardapó) teve que acordar às quatro da manhã para resgatar o marmanjo que acabou com o carro apreendido -primeiro pela polícia depois pela mãe.
O outro caso seria trágico se não fosse cômico. Decidido a economizar e não se endividar um amoreco meu decide vender o carro e andar de ônibus até se estabilizar finaceiramente. Até aqui nada de mais para quem é jovem e tem muito caminho pela frente para conseguir coisas maiores mas deixar-se fotografar em matéria de página inteira sorrindo ao pegar o busão lotado vestindo terno é demais para minha cabeça! Parece campanha para 'Orgulho de ser smartcard'.
Espero que eles não fiquem zangados comigo por eu ter relatado mas pensem no no lado bom da coisa: Se eu disser quem são os dois não vai faltar gente querendo dar carona. Não é mesmo meus lindões?
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